quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Uma Vila Norte Americana

Um dos locais que mais me agradou viver foi os EUA. Para ser mais específico, houve duas cidades, na mesma região, que marcaram minha vida, mesmo que não tenha passado tanto tempo em cada uma delas.

A que me refiro hoje é Newburg, no estado de Wisconsin. Bem, ela nem é propriamente dita uma cidade, e sim, uma vila. Mas o que lhe faltava em tamanho, lhe sobrava no famoso American Way of Life.

Um típico dia em Newburg, entre 2001 e 2002

Muitas coisas aconteceram por lá, no período em que vivi e trabalhei lá, entre 2001 e 2002. A polícia apareceu em casa; nevascas quase nos impediam de sair para a rua; e até mesmo fiquei desempregado por um tempo, mesmo com contrato na mão.

Mas uma das coisas que eu sempre lembro é da vida simples que os newburguianos (definição deste autor) levavam. Ao chegar à vila, você se depara com uma placa, anunciando que não mais do que mil pessoas moram ali. Logo, você não vai encontrar Wal-Mart, K-Mart, Cost-Co, nem nada do tipo naquele lugar.

O que você encontra, entretanto, é um posto de gasolina, nem grande nem pequeno, onde você abastece seu carro, e pode comprar coisas como leite, manteiga, pão fatiado e alguns frios. Talvez não seja exatamente algo inesperado, pois muitos postos no Brasil oferecem a mesma coisa.

Só que o que não se espera encontrar é a simpatia que eu presenciei por lá. Sempre temos em mente que os Yankees são antipáticos, rudes, e um tanto xenófobos; mas desde o primeiro dia, tudo o que encontramos foi um cuidado e preocupação por parte da população local, que ajudou a mim e meu grupo desde o começo.

Home Sweet Home (Newburg - WI - USA)

A caixa do posto (que desconfio ser também a dona do mesmo), ao ver-me pela primeira vez por lá, me perguntou se eu era um dos estrangeiros que trabalhava na fábrica local. Ao responder que “sim”, um tanto hesitante, o que veio a seguir não foram coisas do tipo “você rouba vagas de americanos” ou “você devia voltar para o México”. O que ela disse foi “vocês vão precisar de um carro! E eu conheço um homem que está vendendo um bom!”

Sendo Newburg um local com tão pouca gente, não me surpreendeu ela que ela tinha o telefone do tal vendedor, ao qual eu liguei no mesmo dia. Na tarde seguinte, eu já estava com um carro disponível para trafegar do trabalho até em casa, e para onde mais quisesse. Até mesmo podia ir a West Bend, cidade mais próxima, e conferir as ofertas do Wal-Mart ou comer no Taco Bell (Hummm, Taco Bell...).

Chevy Caprice 1986, o meio de transporte por lá, também conhecido como "La Barca" (Newburg, 2002)

No final, não foram as coisas típicas que me fazem lembrar dos EUA; todo mundo sabe que lá existem milhões de fast-foods, mercados enormes, e shoppings que vendem de tudo. O que trouxe de lá foi a simpatia que compõe o verdadeiro estado-unidense.

Juan Lucas Martínez

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